quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Memória, História e Fotografia



“Memória e história sempre estiveram profundamente relacionadas e, pelo grande volume de informações hoje em circulação, cada vez mais a história passa a ser construída a partir dos “lugares” da memória coletiva – lugares topográficos, como arquivos e museus, lugares monumentais, arquitetônico, lugares funcionais, como manuais, autobiografias, lugares simbólicos, comemorações, emblemas, etc. A história seria a forma científica da memória coletiva (LE GOFF, 1992)”.

Materiais da memória coletiva, as fotografias são monumentos, na medida em que, para além da simples descrição, traduzem valores, idéias, tradições e comportamentos que permitem tanto recuperar formas de ser e agir dos diferentes grupos sociais, em diversas épocas históricas, como também, operar sobre as representações que deles, ainda hoje, perduram e atuam como elemento de coesão social para seus descendentes. A fotografia engendra imagens cujo valor histórico vem, aos poucos, sendo revelado pela historiografia atual (CIAVATTA, 2002).
Nos últimos anos, a fotografia vêm sofrendo uma série de transformações, graças a “era digital”. Com isso vêem ocupando espaços cada vês mais importantes nos meios de comunicação de massa “jornais e revistas”, pela internet, nos sites de relacionamentos “blog’s, rede sociais”, e até ocupando espaços que antes eram destinados as grande “obras de arte” como museus e galerias de artes espalhados pelo mundo inteiro.

A fotografia se faz presente na nossa história cultural, pois ela agrega conteúdos múltiplos de informações de uma determinada realidade selecionada. Pois a fotografia mostra apenas um “determinado momento de uma realidade”. Durante a sua criação, a fotografia pode passar por um processo de manipulação, que pode ser de ordem estética, técnica ou até mesmo ideológica.
Onde o fotógrafo poderá escolher, “onde, como, e o por que”, será registrado pelas suas lentes.

“A fotografia contém informações congeladas em um determinado momento, espaço e ponto de vista. Contém uma carga de veracidade aceita antes mesmo de ser tirada. Como não possui montagem a princípio, tem um caráter de exatidão e realidade muito forte. Atribui-se à fotografia a qualidade de registro histórico enquanto expressão da verdade. O registro pode ser de pessoas, com suas maneiras e expressões; construções; ruas; natureza etc.”

A fotografia feita, muitas vezes, surpreende por captar mais do que se pretendia, podendo também decepcionar, na medida em que a própria memória ilude. Estas conseqüências, geradas por processos mecânicos, contrapõe-se ao modo de ver. Suas respectivas limitações, são na realidade, pontos de partida para conscientização da criação artística - sempre subjetiva como a nossa percepção - e que refletem o caráter pessoal de cada artista, não se deixando dominar pela imagem mecanicamente obtida.
A fotografia traz consigo a aura da veracidade e seu surgimento contribuiu diretamente para que todos os segmentos artísticos, literários e intelectuais passassem por uma profunda reflexão, evidenciando um dado importante que até aquele momento permanecera intacto: a concepção que o homem tinha de si próprio.
As fotografias são suportes de memória especialmente significativos já que, por registrarem a imagem de um momento vivido, despertam um grande interesse e motivação quando mostradas. Para o historiador, as fotografias se constituem em uma leitura desse mesmo momento operada pelo olhar do fotógrafo, que seleciona o que deve e o que não deve ser fotografado.

As fotos fazem parte do acervo pessoal de Marino do Espírito Santo Júnior
©All Rights Reserved Marino do Espírito Santo Júnior

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